Empresários gaúchos avaliam que a alta de 1% do varejo brasileiro em abril, frente a março, confirma retomada nas vendas após a recessão, mas em nível inferior ao projetado no início do ano. Para avançar nos negócios, o setor espera que o frio continue no Estado e torce para que a Copa do Mundo beneficie parte do comércio.
Além do crescimento de 1% em relação a março, o varejo restrito — que exclui automóveis e materiais de construção — subiu 0,6% no país na comparação com abril de 2017, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 13 de junho. Com isso, acumulou alta de 3,7% em 12 meses e de 3,4% em 2018.
— O setor está reagindo, mas em nível inferior ao esperado — reforça o presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), Ricardo Luís Diedrich.
Nos próximos resultados do setor, empresários apontam que o maior estímulo positivo às vendas virá das baixas temperaturas. Com o frio, os negócios de segmentos como o de vestuário tendem a ser aquecidos.
— As pessoas não aguardam para comprar produtos como casacos, sapatos e botas. Isso faz os preços médios subirem. Sem dúvida, o frio ajuda — frisa o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse.
O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL Porto Alegre), Alcides Debus, também sublinha que as temperaturas reduzidas podem ter efeito positivo nas vendas:
— O frio é sempre determinante. A queda nas temperaturas pode provocar picos no varejo.
Apesar de alterar horários de funcionamento do comércio em dias de jogos do Brasil, a Copa do Mundo pode beneficiar negócios que envolvam produtos como artigos esportivos e eletrônicos. Conforme o Sindilojas Porto Alegre, o comércio da Capital deve ter incremento de 8% nas vendas no período da competição, de 14 de junho a 15 de julho, ante igual intervalo de 2017.
Segundo o dirigente da AGV, tanto a competição quanto o frio devem servir para fazer o setor “voltar ao normal” depois da greve dos caminhoneiros. Como a paralisação dos motoristas ocorreu no final de maio, os impactos ainda não aparecem nos dados divulgados pelo IBGE.
A paralisação nas rodovias causou perdas de cerca de R$ 230 milhões no varejo gaúcho, aponta a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS). Segundo a entidade, o setor ainda sofre com a instabilidade política brasileira. O presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch, prevê crescimento, no país, em 2018, de 3% no varejo restrito e de 5% no ampliado — que contempla automóveis e materiais de construção.
Fonte: IBGE
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